Relatos de minhas anotações entre os dias 05 e 08 de Abril - 2006
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Um dos principais objetivos do V Congresso Ibero-Americano de Educação Ambiental
foi o de contribuir para que se intensifique o fortalecimento das políticas
públicas de EA de forma emancipatória, além de renovar a “chama” da EA para Rever,
Revisar e Reafirmar o “Tratado de Educação Ambiental para
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”, que foi assinado em
um evento paralelo a Eco92 no Rio de Janeiro.
“A educação está passando por uma
crise, pois os professores não assumem um lado intelectual, que é necessário
para o desenvolvimento pedagógico”.
Por vezes nos sentimos
impotentes, mas a educação pode contribuir com a mudança dos hábitos seculares;
educação é pesquisa, educação é consciência coletiva. Devemos reconstruir um
sistema realmente preocupado com a educação. A EA pouco ocupa o espaço escolar,
é necessária uma maior articulação e todas as esferas da sociedade e do governo,
e que se haja uma preocupação com uma política-pedagógica que forme gestores,
professores e educadores.
Deve haver coletivos educadores reunindo os
diversos atores e atrizes no processo de EA, a fim de se criar uma outra visão de justiça socioambiental.
Devemos trabalhar para mudar a
idéia de que a EA tem que ser feita só para crianças, a fim de se preservar o
mundo para as futuras gerações. Para isso é importante que seja feito também um
trabalho com as pessoas mais velhas da atual geração, caso contrário, o fato
será sempre protelado com a desculpa de que as novas gerações é que precisam
apreender a preservar o meio ambiente.
Deve-se olhar para cada
especificidade com o intuito de se trabalhar com a realidade real e não a
reportada, sendo que a última, tem a intenção de amenizar a magnitude dos
problemas.
É necessário que haja a
participação da sociedade para orientar a política ambiental, exemplos como o
SISMUMA - Sistema Municipal de Meio Ambiente e o Plano Diretor, que, mesmo com
uma atuação inicial da sociedade, vai-se aos poucos esmaecendo e perdendo a
legitimidade durante o decorrer desse processo participativo. Por isso
precisamos nos envolver durante todo o processo, acompanhado passo à passo cada
etapa até a conclusão dos mesmos.
Nos últimos 50 anos houve uma
perda muito grande da Biodiversidade, nos meados do ano 2000 desapareceram de 3.000 a 5.000 espécies. É
necessário reduzir a quantidade de material e energia utilizada. “Devemos
nos unir à propósitos maiores que nós mesmos, se alguém acha que vai impedir a
degradação ambiental sozinho, está enganado”. (Marina Silva Ministra do Meio
Ambiente)
Às vezes nos sentimos invadidos
quando outras pessoas fazem trabalhos de EA semelhantes aos nossos, esquecendo-nos
que procuramos educar as pessoas, e quando esse resultado aparece de alguma
forma, quer seja pelo fator multiplicador produzido por nós mesmos, ou por uma
simples coincidência de procedimentos de ações, ficamos chateados com essas
pessoas que lutam pela mesma causa, ao invés de trocar e compartilhar
experiências.
“Em nosso caminho de lutas somos
constantemente confrontados, quando não somos confrontados temos que
desconfiar, deve haver um questionamento sobre tudo”. (Marina Silva Ministra do
Meio Ambiente)
Devemos contagiar cada vez mais
os formadores de opinião. A maior verdade do JN – Jornal Nacional são os
reclames, pois são quem assumem que estão pagando pelo horário. O MST invadiu
um laboratório que investe em pesquisa para a monocultura, a mídia combateu os
“vândalos” do MST e os latifundiários, quando serão combatidos? Não quero aqui
incentivar qualquer tipo de ação violenta, pretendo apenas pontuar a
necessidade de uma mídia que identifique os diferentes pontos de vista e não
uma mídia direcionada que defende os interesses das minorias privilegiadas, 1%
da população brasileira detém 50% das terras. Sabemos também que há diferentes
níveis na esfera social, e que é impossível todos estarem no mesmo patamar, mas
que ao menos as condições básicas de uma vida digna sejam acessíveis a todos.
Ao falarmos de Ibero-América
temos que falar sobre tudo de uma América Latina de contrastes.
O que era a Europa até o século XV?
Eram grandes viajantes do oriente, a Grécia era Ásia, Alexandria-Egito, a
Europa se apropria da história e conta como se fosse sua. A Europa não era
nada, e porque tem essa centralidade que tem hoje? Por conta do descobrimento
das Américas, se não fossem as Américas a Europa não teria a centralidade que
tem hoje.
Muito dos conhecimentos
científicos foi levado dos Maias, Incas, Astecas, entre outros povos
Pré-Colombianos. Modernizar é sinônimo de colonizar? Esse pensamento que nos
deformou foi herdado da Europa.
A grande minoria dos mais ricos
do mundo consumem 80% dos recursos do planeta, 53% da população mundial é rural,
47% da população mundial é urbana, desses 70% (África, Ásia e América Latina)
vivem em regiões suburbanas, dos 47%, 30% vivem na cidade prometida.
Temos que tomar cuidado com a
privatização da água, sem querer, estamos proliferando a idéia de
mercantilização desse bem tão precioso e que nos pertence.
O tempo é nossa maior riqueza: “-Quanto
mais lento mais adquirimos riqueza; tempo pra conversar com as pessoas,
diferente do ‘ time is money’, onde só se tem o tempo de acesso a riqueza quem
tem dinheiro.” (Carlos Walter Porto Gonçalves –
Universidade Federal Fluminense)
Os bens naturais são nossas maiores
riquezas, a água é riqueza, Midas com sede tocou a água, ela virou ouro,
nenhuma riqueza mata a sede, ou a fome. Essa é uma visão eurocêntrica que
separa o homem da natureza.
A globalização neoliberal é
injusta e insustentável, pois é exclusiva. Só a solidariedade pode remediar
esta situação, devemos viver pelos outros, buscando uma sustentabilidade
ambiental com a intenção de distribuição da equidade social, educando para a
solidariedade.
“A ética pós-moderna indica a
Preservação e a Precaução, ao invés de Progresso e Desenvolvimento”. (Marcos
Sorrentino – Diretor de Educação Ambiental – DE/MMA)
Crescimento das cidades sem uma
visão de futuro, sem planejamento e projetos de soluções. Os valores humanos e
os direitos civis estão sendo deixados de lado pelos governantes. Cada vez mais
o investimento na área bélica tem aumentado. E a saúde? E a educação? Devemos
transformar o mundo com amor.
“Tempos de crise são tempos para
se refletir sobre mudanças”. (Carlos Razo - México)
Após a politização do meio
ambiente e o auge da ECO 92: O mercado prevalece, o protocolo de Quioto não
avança, os recursos de financiamento da Agenda 21 diminuíram. Um outro mundo é
possível: Contestação ao Neoliberalismo e uma nova utopia.
Uma pergunta incomoda: Sustentabilidade?
- Do quê? Pra quê? Quando? Onde? Por
quê? Por quanto tempo?
Sendo que a ciência reducionista
trata esses fenômenos de maneira fragmentada abstraindo-se das relações
sociais, há também uma pilhagem dos conhecimentos, dizem que os conhecimentos
locais, indígenas, entre outros não servem pra nada. Será?
V IBEROEA EM NÚMEROS
-CREDENCIADOS: 4.300 PESSOAS (300
estrangeiros e 4.000 brasileiros0
-22 PAÍSES
-60 CONFERENCISTAS
-80 ATIVIDADES
-1.502 PÔSTERES E 190 APRESENTAÇÕES
ORAIS
-32 OFICINAS
-31 MINI-CURSOS
-27 GRUPOS DE TRABALHO
-3 CONFERÊNCIAS
-12 MESAS-REDONDAS
-13 LIVROS E 1 REVISTA LANÇADOS
-13 APRESENTAÇÕES CULTURAIS
-LANÇAMENTO DA www.canal-ea.net com 1.500 internetspectadores em 20 horas de
programação
Estavam
presentes no V IBEROEA:
-Sheila Ceccon, coordenadora do Programa de
Educação Ambiental Fruto da Terra, da Secretaria de Educação de Atibaia.
-Gislene e Michele, ambas de Atibaia,
estudantes da Universidade São Francisco, onde participam de uma pesquisa sobre
educação ambiental que é realizada em um sítio de Nazaré Paulista.
-Gislaine do IPE, também de Atibaia.
-Robert Rodrigues, diretor adjunto do
COMDEMA, conselheiro de meio ambiente do COMTUR, arte-educador ambiental, educador
mediador da Oficina de Cidadania – OPJ – Região 7.
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